A Cúpula dos Povos por Justiça Climática encerrará sua programação em 16 de novembro, em Belém, após cinco dias, com a entrega de uma declaração final ao presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, e outras autoridades. O documento marcará o fim do encontro formado por debates, marchas e plenárias realizados com a participação de movimentos sociais, organizações nacionais e internacionais e comunidades tradicionais.

O evento terá início no dia 12 com uma barqueata no rio Guamá até o campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), território da Cúpula dos Povos. São esperadas mais de 20 mil pessoas para participar em atividades que combinarão celebração cultural e mobilização política.

Espera-se que a Cúpula dos Povos seja maior mobilização por justiça social e climática do mundo, reunindo mais de 1.100 movimentos

Nos dias seguintes, a universidade será palco das chamadas atividades “enlaçadas”, que incluem oficinas, rodas de conversa, tribunais e assembleias. Elas são organizadas a partir de seis eixos de convergência, construídos em dois anos de plenárias. Entre os temas previstos estão terra, território e maretório; soberania alimentar e dos povos; transição justa, popular e inclusiva; justiça climática e ambiental; solidariedade e internacionalismo; democratização e fortalecimento da participação social; soluções populares frente ao racismo ambiental, à mercantilização e financeirização da vida; protagonismo das mulheres e das periferias; direito à cidade e novo multilateralismo, entre muitas outras bandeiras.

No sábado, dia 15 de novembro, está programada uma marcha de povos de todo o planeta pelas ruas de Belém com a participação de lideranças indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, sindicatos, movimentos sociais urbanos e rurais, além de representantes de diversos países. Todos marcharão por direitos, equidade, justiça climática, pela defesa do Estado democrático de direito e por um futuro digno em um planeta sadio.

Após tantas atividades, a Cúpula dos Povos se encerrará com uma declaração final elaborada ao longos das plenárias de síntese. O encerramento incluirá um banquetaço amazônico com comidas da região e de outros biomas brasileiros. Um momento pensado para a celebração do alimento saudável e agroecológico,

Espera-se que a Cúpula dos Povos em Belém seja a maior mobilização popular por justiça social e climática do mundo, reunindo mais de 1.100 organizações e movimentos do Brasil e do mundo. O encontro pretende se consolidar como contraponto às falsas soluções e ao silenciamento das vozes populares diante da extrema direita e da captura corporativa dos espaços de negociação multilateral.

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*Maureen Santos é integrante do Comitê Politico da Cúpula dos Povos